Antecipadamente, devo responder essa questão para os leitores que esperavam um filme, uma peça ou notícia cultural e se depararam com um videogame e acharam estranho. Bem, o videogame hoje é o maior mercado de entretenimento mesmo com a soma do fonográfico e cinematográfico.
Sendo assim, a décima arte vai além de jogos onlines como: Fortnite, FIFA ou League of Legends, pois temos “o lado B do disco” também conhecido como “single-player” (jogador solo). Indo de produções que falam sobre culinária a lições da vida como em Venba ou a jornada de escalar uma montanha enquanto lida com sua ansiedade como em Celeste ou até mesmo, lidar com uma relação de pai e filho complicada enquanto luta com deuses nórdicos como em God of War. Se você não curtiu os que falei até agora, não se preocupe pois existe um leque enorme de jogos que falam sobre diversos assuntos. Adaptando uma diversidade de culturas e têm para todos os gostos, não precisa ter uma idade para amar essa arte ou para começar a consumi-la, como já dizia um grande músico e filósofo Raul Seixas: “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”.
Mas então, o que é esse tal de Black Myth Wukong?
Em 2020, ano da pandemia e também ano de um trailer que parou a comunidade de videogames que demonstrou um jogo chinês com uma arte incrível que muitos desacreditaram ser real, mas 4 anos depois se tornou uma incrível verdade.
Vindo diretamente do estúdio chinês Game Science e com um orçamento estimado de 50 milhões de dólares, cujo teve auxílio do próprio governo, Black Myth Wukong é uma semi-adaptação da “Jornada ao Oeste”. Um clássico da literatura chinesa, escrito por Wu Cheng’en no século XVI, contando a história do monge budista Xuanzang, que viaja à Índia em busca de escrituras sagradas, acompanhado por três discípulos: Sun Wukong (o Rei Macaco, travesso e poderoso), Zhu Bajie (um homem-porco preguiçoso e glutão) e Sha Wujing (um ex-guardião celestial). Uma importante obra da literatura chinesa que foi inspiração até para Dragon Ball!
Além da história, todo o jogo esbanja a cultura chinesa com uma trilha sonora e descrição dos inimigos mostrando cada detalhe da mitologia, o jogo tem uma narrativa linear de capítulos com transição entre eles com animação 2d e até mesmo stop motion, contando a mitologia chinesa, trazendo uma gameplay (jogatina) de ação e aventura com elementos do gênero Souls Like -um sub gênero de RPG de ação que se inspira fortemente na série Dark Souls da From Software, esses jogos são conhecidos por sua alta dificuldade e mecânicas punitivas- com um tempo de jogo que pode levar de 25 à 40 horas (dependendo do jogador). Em 83 horas após o lançamento, vendeu mais 10 milhões e seu final de semana bateu mais de 34 milhões de pessoas jogando simultaneamente na plataforma Steam, sendo o maior jogo single player de todos os tempos da plataforma! Superando o lançamento de jogos como “GTA V”, “God of War” e “Cyberpunk”.
Ele é bom mesmo?
O jogo é de fato fascinante e surpreendente, porém comete erros de design como paredes invisíveis em partes que poderiam colocar algo mais claro para demonstrar que aquela parte não pode ser explorada, a câmera às vezes causa um certo desconforto em momentos bem específicos e o desempenho de performance cai em certas áreas, erros que são facilmente corrigidos em um update. O jogo atualmente está disponível no PC e no Playstation 5, além dessas plataformas, a da Microsoft ainda está em desenvolvimento no momento que essa matéria foi escrita. Pois bem leitor, que sua jornada O oeste ao lado de Sun Wukong seja memorável!
Crédito das imagens: Divulgação/Internet
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